Daí, você deve concordar comigo, deve ficar difícil de esquecer. Na verdade, quando você começou a ter consciência do que acontece nesse dia, você começou a ficar ansioso pra que ele chegasse - quem não gosta de ser paparicado?
Com o tempo, esses paparicos vão perdendo a importância - pra muitos. Com o tempo, muitos nem querem se lembrar desse dia... mas como não é possível esquecê-lo (sempre tem um chato que lembra), dizem parei nos 30.... e poucos.
Quem eles querem enganar? Não... não... não os estou julgando... só acho que grande coisa você ter passado dos 30, dos 40, dos 90... melhor dizendo: acho mesmo que quem chegou tão longe deveria se orgulhar de ter chegado tão longe.
Basta pensar em quantos deram apenas alguns míseros passinhos na estrada.... e logo sumiram como a fumaça no ar.
Bom, mas não é disso que quero falar.
A estrada: ar purinho... poeirenta... bem conservada... mal conservada... ensolarada... encharcada... florida... desertificada (não sei se essa palavra aí existe)... perfumada... mal-cheirosa... planinha, planinha... esburacada...
não importa... a forma que a estrada toma... é a sua estrada... nela, por mais que você esteja rodeado de gente, você está sozinho... é a sua estrada (a dos outros é outra estrada pra cada um deles)...
bom... o que quero dizer mesmo é: a estrada tem fim (toda estrada tem)... e não deixe acontecer com você isto aqui: "Se eu pudesse novamente viver a vida...Na próxima...trataria de cometer mais erros...Não tentaria ser tão perfeito [...] Se tivesse outra vez a vida pela frente. Mas como sabem...Tenho 88 anos e sei que...estou morrendo"... texto lindo do escritor argentino Jorge L. Borges.
Você pode ainda não ter 88 anos... você tem a idade que tem.... e não precisa estar morrendo...
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