quinta-feira, 17 de abril de 2014

Você está em uma loooonga viagem. Você sabe quando começou, sabe exatamente o dia em que deu o primeiro passo - na verdade, não foi bem um passo -, digamos que foi a primeira vez que você respirou os ares dessa viagem... você sabe porque ninguém deixa você esquecer... toda vez que esse dia se repete no calendário humano, você ganha presentes... abraços... beijos.
Daí, você deve concordar comigo, deve ficar difícil de esquecer. Na verdade, quando você começou a ter consciência do que acontece nesse dia, você começou a ficar ansioso pra que ele chegasse - quem não gosta de ser paparicado?
Com o tempo, esses paparicos vão perdendo a importância - pra muitos. Com o tempo, muitos nem querem se lembrar desse dia... mas como não é possível esquecê-lo (sempre tem um chato que lembra), dizem parei nos 30.... e poucos.
Quem eles querem enganar? Não... não... não os estou julgando... só acho que grande coisa você ter passado dos 30, dos 40, dos 90... melhor dizendo: acho mesmo que quem chegou tão longe deveria se orgulhar de ter chegado tão longe.
Basta pensar em quantos deram apenas alguns míseros passinhos na estrada.... e logo sumiram como a fumaça no ar.
Bom, mas não é disso que quero falar.
A estrada: ar purinho... poeirenta... bem conservada... mal conservada... ensolarada... encharcada... florida... desertificada (não sei se essa palavra aí existe)... perfumada... mal-cheirosa... planinha, planinha... esburacada...
não importa... a forma que a estrada toma... é a sua estrada... nela, por mais que você esteja rodeado de gente, você está sozinho... é a sua estrada (a dos outros é outra estrada pra cada um deles)...
bom... o que quero dizer mesmo é: a estrada tem fim (toda estrada tem)... e não deixe acontecer com você isto aqui: 
"Se eu pudesse novamente viver a vida...Na próxima...trataria de cometer mais erros...Não tentaria ser tão perfeito [...] Se tivesse outra vez a vida pela frente. Mas como sabem...Tenho 88 anos e sei que...estou morrendo"... texto lindo do escritor argentino Jorge L. Borges.
Você pode ainda não ter 88 anos... você tem a idade que tem.... e não precisa estar morrendo...



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