Escrevi outro dia que havia começado a ler 'O Silêncio', de Shusaku Endo. 

Tomando conhecimento do assunto do livro, imaginei que o título 'O Silêncio' se referia ao silêncio dos convertidos ao catolicismo diante das perseguições desumanas sofridas...

Li boa parte do livro com esta ideia: o silêncio dos (fracos) de fé.  Fé débil, fé na fé, fé irracional, fé cômoda ... tipo de fé que causa silêncio diante das perseguições.

Fé de verdade não cala (tudo bem que há a negação (3x) de Pedro... imagino a dor que ele sentiu quando se deu conta do que havia feito).

Agora cheguei em uma parte do livro em que há a seguinte frase: "O silêncio de Deus". Chorei... chorei... chorei.

Você já experimentou o silêncio de Deus?

Deus fica realmente em silêncio ou sou eu que cubro os ouvidos com as mãos para não ouvir o que Ele está falando (porque, no fundo, eu queria mesmo era que Ele falasse outra coisa...)?

Bobo... bobagens...

Gosto de observar as pessoas... suas atitudes, seus gestos, suas palavras, seu silêncio.
Gosto de olhar nos olhos e enxergar o coração. Tenho visto todo tipo de gente... há os sábios, os meio sábios e os nadinha sábios.

Tenho percebido que a sabedoria de alguns está em sua capacidade de se fazer de bobos.

Como é o bobo? Como é quem se faz de bobo? "O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos", diz Clarice Lispector.

Então, quem se faz de bobo é astucioso, é esperto, é inteligente... mas também é um mentiroso.

Amo aprender... conhecer, ficar sabendo de coisas que não sei. E sempre há coisas novas por aí e por aqui também.
 
Acho muito importante a pessoa gostar de aprender coisas novas.... a vida é assim, não é? Um dia novo a cada dia.... O que você tem aprendido?
 
Também acho importante compartilhar conhecimento.... li uma vez algo mais ou menos assim (e gostei): "tudo o que não se ensina se perde".

Então, se você está segurando escondidinho algo que você sabe, saiba que esse algo vai se perder, inevitavelmente.

Sinais... não dos tempos, mas...

Por que você não aproveita, enquanto está construindo sua vida, pra olhar ao seu redor e interpretar o que vê como sinais? O Sol que impreterivelmente se levanta e se põe a cada dia exatamente no mesmo horário e lugar (e dependendo do lugar em que você está o horário é diferente, mas é sempre o mesmo... Claro, claro... eu sei das variações provocadas pelas estações).
Aproveitando: as estações se sucedem desde que o mundo é mundo... por que não resolvem trocar de lugar entre si de vez em quando? A chuva, que vem e, de repente, para. Aquela sementinha jogada na terra e que agora é o pão sobre a sua mesa. O sabor azedo do limão, o amargo do café... o doce depois que você coloca nele duas colherinhas de açúcar. O perfume da lavanda, o colorido do arco-íris... e eu poderia ficar aqui enumerando, enumerando sinais... maravilhosos sinais.

Sinais de quê, pergunta você?

Oras, digo eu, de que há algo mais. Tá bom, eu sei que você não pode ver/tocar/sentir esse algo mais. Mas quando, em um dia carregado de nuvens negras, você também não consegue ver o Sol, você não é louco de dizer que ele não está lá.... você só não pode ver, mas ele ESTÁ lá...

E houve um dia que o Sol se deteve... e a Lua parou.... uma dia, uma vez só.

Até onde se sabe, os homens tentaram entender o desenrolar da história da humanidade.

Os primitivos também pensavam, exatamente como nós. Tinham hábitos de vida bem diferentes, mas em uma coisa eram iguaizinhos a nós: pensavam, raciocinavam, cogitavam. E quando olhavam pro mundo, pras coisas... pros trovões, relâmpagos, chuva, falta de chuva, Sol, Lua etc., etc., imaginavam: deve ter algo mais... bem maior que nós, partículas de solo dispostos em forma de corpo (humano) - claro eles ainda não sabiam que éramos feitos de pó da terra, porque ninguém tinha contado pra eles. Mas, independentemente disso, eles sabiam que eram pequenininhos em comparação ao mundo (limitado ao espaço em que viviam e se locomoviam) deles.

E imaginavam deuses, muitos e diferentes deuses... acreditavam em mitos. Claro, porque alguma coisa tinha de existir para explicar tudo o que os fazia se maravilhar.

Pois é... eles se maravilhavam com o coelhinho que saía da cartola, que, até onde eles sabiam, estava vazia (ninguém tinha contado pra eles que aquilo era um truque).

Pra explicar a si próprios a grande incompreensão que eles sentiam... facinho, facinho: imaginaram a existência de criaturas poderosas, monstros e também deuses bonzinhos.

Partículas pequeninas do solo formam o corpo do homem... o meu, o seu corpo.
Beleza! Da explosão surgiu o nosso querido planeta. O pó se compactou e eis que redondinha, redondinha (eu sei que não é bem redondinha, mas tudo bem) surge a Terra. Perfetto! E da terra é formado o homem. Perfetto uomo!

Então, eu não passo de pó da terra; e você também.
Não, não estou me contradizendo (veja outras postagens); apenas, estou constatando que viemos do pó, somos pó e ao pó retornaremos.

E há gente que se acha o último pacote da bolacha. Será que essa gente não se dá conta que gente é tudo igual? Gente é gente... há gente que tem um pouquinho mais de dinheiro... e há quem tem um pouquinho menos; lamentavelmente, também há quem não tem nadinha, nadinha... :(

Há gente de todo tipo, mas gente é tudo igual, concorda?
Então, por que se achar? Já percebi que quem se acha muito, na verdade, está perdididinho, perdididinho... :(

O que faz os corpos celestes se moverem?
O que faz o brilho das estrelas chegar até você?
O que ou quem moveu você pra ler este texto agora?
O que ou quem faz você pensar? PENSAR?! Já pensou? Você pensa! Do nada... você pensa.
E o que é pensar?
De acordo com o Dicionário da Academia Brasileira de Letras é "elaborar ideias, raciocínios, cogitações, refletir, meditar"... nadinha simples isso, né?

Bum ou BUM! imagino eu... porque deve ter sido uma bruta explosão para originar o que originou.

E não há ninguém por detrás disso?

Duvido... pense... pense um pouco... pense um pouco mais... raciocine, reflita. Volte a se maravilhar e maravilhe-se com a sua capacidade de pensar. Deve haver algo/alguém muito maior do que seu pensamento pode alcançar.

E se seu pensamento não alcança, vai desistir? Só porque não conseguiu?

"Cogito, ergo sum" (Descartes) .... tá bom... tem nadinha, nadinha pra eu me maravilhar com isso.

O que é seu, é seu.... tenho certeza de que você já ouviu essa frase mais de um milhão de vezes (ops... uma hipérbole aí... tudo bem, gosto delas, dão a possibilidade de você tornar tudo um milhão de vezes maior).

Se é seu, pode deixar ir.... que volta. É, volta mesmo. O mundo é redondo.... as coisas vão, vão e voltam. Coloque um banquinho na calçada e espere... vai voltar.

Às vezes volta... ah! então porque era seu.

Às vezes não volta... paciência, não era seu.

Tá bom... e quem decide se é seu ou não?

Se decide que é, vai fazer voltar... não importa quão distante for, vai voltar.
Se decide que não é, não vai permitir voltar...vai impedir a qualquer custo; pode até estar ao alcance de sua mão... não será seu... você vai poder até olhar, admirar, suspirar... e só.

Quantas variáveis estão envolvidas entre ir e voltar, e entre ir e não voltar? Mais ou menos um milhão... ou  mais.. ou menos, mas a quantidade é o que menos importa nesses casos.

E tem gente que insiste que somos simples produto daquela poeirinha cósmica sobre a qual escrevi um pouquinho outro dia...

;)

Poeirinha cósmica... continuo encucada com isso.

Imagine isto: o mundo que você vê hoje e que você conhece muito bem num tempo bem distante era nadinha, nadinha... e o tempo passou, surgiu uma sementinha aqui, outra ali, mais outra acolá.

De onde surgiram todas elas?

De uma explosão... meio sem explicação. Simplesmente aconteceu. Do nada: Bummmm! E olha nós aqui.

Fantástico isso, né!? Ma-ra-vi-lho-so... e você nem consegue mais se maravilhar :(

Sabe por que a fé é leve?

É leve porque você tem certeza daquilo em que crê... não há nadinha de dúvida. Você sabe que o seu Deus é maior que tudo; que, da mesma forma que poupou a vida de Daniel na cova dos leões, pode poupar a sua.

E se não poupar, você sabe que morrer é lucro. Então, você não renega sua fé. Você vai até o fim, sem se importar com que cara terá o fim... seja qual for, você estará bem.

Então pense: sua fé é capaz disso? É capaz de não se importar com o fim (qualquer que seja ele)? Se sim, parabéns. Sua fé é racional, é fundamentada...

E o caminho é por aí mesmo ;)

Hoje comecei a ler o livro 'O silêncio', de Shusaku Endo.

Na verdade, li apenas as orelhas, a contracapa; comecei a ler o prefácio. Trata da angústia da fé, jesuítas e cristãos tiveram de silenciar, calar sua fé...

Não entendo isso de calar minha fé. Deus existe e fim. Ninguém jamais vai conseguir que eu me cale em falar na Sua existência. Deus criou este mundo (não tem nada de coelhinho na cartola... poeirinha cósmica). Deus criou um mundo que era para ser perfeito, mas aconteceu uma tremenda confusão... e, agora, o mundo é o que é: um verdadeiro caos... só não é pior pela misericórdia de Deus. E há também o plano de salvação de homens caídos (e só pela fé acredita-se nisso)... e a minha fé não me deixa calar, não silencio... falo... mil vezes se preciso for. Simplesmente não me calo... Jesus é o
 Salvador, não há dúvidas, para mim

Por isso não entendo isso de se calar (não estou criticando o livro, não posso fazer isso se não o li todo)... só acho que se você consegue ser calado é porque no fundo, no fundo, não tem fé nenhuma.

Se você acredita de verdade em algo, você não cala, você grita aos quatro ventos isso sim.

Nem angústia você sente... a verdadeira fé é leve, bem levinha.

Depois que você vê o coelhinho sair da cartola algumas centenas de vezes... você se acostuma. Você simplesmente sabe que o mágico vai tirar o coelhinho da cartola, que da cartola sai um coelhinho branco. E pronto.. você perdeu sua capacidade de se maravilhar.

E aí o mágico pode tirar algo mais genial, mais maravilhoso do mundo e você simplesmente acha normal.

Confesse: tem até uma pequena surpresinha (que vai diminuindo a cada algo novo que vai sendo tirado da cartola), mas daqui a pouco TUDO é normal.

Cara... nada é normal - se somos apenas poeirinha estelar.

Então, vamos começar a nos maravilhar com o que vimos, ouvimos... com o que acontece e com o que não acontece (por exemplo, você não morreu hoje - sua morte não aconteceu... e talvez haja alguma razão pra isso... há uma razão pra isso).

Maravilhe-se e você vai começar a sentir um incomodozinho positivo.

É isso aí... maravilhe-se porque leu este texto :)

Uma semana maravilhosa pra você....

Poeirinha cósmica.... :)

Então, não somos mais que poerinha cósmica numa determinada forma...

Mas nada pode surgir do nada, não é? Então, de onde surgiu a poerinha?

Pois é? Cada um arrisca uma resposta (e são muitas que até nos confundem).

Mas, pelo menos uma delas é a verdadeira.

E qual é? Eu tenho minha convicção, minha resposta verdadeira... (vou fazer suspense por enquanto).

E você? Pra você: o nada surgiu do quê? O que havia antes do nada? E (acho que o mais importante) onde você estava quando não havia nada? E como um espermatozoidizinho (+ esperto, + rápido) e um ovulozinho originaram você?

Então tá... pense nisso.

Ah! e não se esqueça de se admirar com as coisas.... você vai ver que trilhões de duvidazinhas irão surgir.... mas é legal ter dúvidas, não é?

Eu não consigo emagrecer.
Eu não consigo gravar nome de pessoas.
Eu não consigo parar de fumar.
Eu não consigo, eu não consigo...
Claro que não consegue, você já decidiu que não consegue, então não vai conseguir mesmo.

Eu consegui emagrecer.
Eu consegui tornar um hábito beber água.
Eu consegui andar na beira-mar (isso às 23 horas... trabalho até às 22 horas).
Eu quero... eu consigo e fim.

Por que com você também não pode ser assim?

Então, afinal, em algum dia há anos luz de distância algo surgiu do nada. Assisiti em um museu de Edimburgo a um vídeo sobre a criação do Universo.... mais ou menos assim:

Em um momento qualquer (aleatório), houve uma grande explosão cósmica (de acordo com o vídeo, é impossível precisar exartamente o que aconteceu depois dessa explosão).... e o tempo passou, passou, passou e..... tchan, tchan, tchan...olha nós aqui.

Quem sou eu? Poeira cósmica em forma de corpo humano.... poderia ter sido uma árvore? um pássaro? um grãozinho de areia? Sim, sim, sim.... afinal tudo é aleatório... então eu poderia ser qualquer coisa; mas não sou qualquer coisa: sou eu e você (que também poderia ser uma pedra, um diamante, uma bela flor) é simplesmente você.

Para milhões e milhões de pessoas o mundo é tão incompreensível quanto tentar chegar ao início de tudo...

Imagine... volte, volte, volte (em pensamento) até aonde você conseguir chegar...

Conseguiu chegar ao início de tudo? Se sim, parabéns! Você não faz parte da trupe que não entende o mundo, não entende o que está fazendo por aqui.... e não entende que não entende.

O mundo é compreensível para você?