"Estamos a caminho do Templo do Paraíso", são palavras do hino entoado por japoneses cristãos quando arrastados para o local de execução (O Silêncio, Shusaku Endo).
Pois é, estamos a caminho... isso ninguém pode negar. Pra algum lugar cada um de nós está indo. Não há ninguém parado. Ninguém para no tempo e o tempo, implacável, não para.
Como eu imagino o caminho de alguns? Um negro mar, numa negra noite rodeando tudo por completo. Impossível dizer onde começa, onde termina a escuridão. Se estender a mão, quase pode tocar a densa negridão.
E, para piorar, esses alguns estão de olhos fechados, coração cerrado; então, obviamente não enxergam a escuridão. De vez em quando, quando esses alguns querem saber para onde estão indo, o negro da noite faz um esforço tremendo pra se dissipar... e se dissipa um pouquinho... fica apenas uma névoa da madrugada.
Mas não clareia, não fica dia nunca, porque os olhos desses alguns não se abrem... estão acostumados à escuridão e é tão fácil viver com o que estamos acostumados.
Fica tudo tão silencioso.
E de que eu gostaria? Eu gostaria, bem do fundo do meu coração, que você saísse da escuridão.
E eu gostaria, também, é que a escuridão empurrasse você pra fora se você não conseguisse sair dela sozinho
Nenhum comentário:
Postar um comentário