segunda-feira, 6 de julho de 2015

Abri os  olhos assustada. Isso normalmente não acontece comigo. Acordo lentamente... ou bruscamente, mas acordo. Sempre segura de quem sou... de onde estou... mas hoje foi diferente... acordei lenta ou bruscamente? Não me lembro... a memória tem disso... às vezes nos prega peças. E não há nada que a impeça...

Olho ao redor... nenhum rosto conhecido... passam por mim dezenas de pessoas... com seus passos apressados... sabedores de seus destinos... seguem sem olhar pra mim... sem olhar pra nada... olhares perdidos no nada.

É arrepiante... corre um arrepio de alto a baixo de mim.... e nem sou alta assim.... mas parece que o arrepio nunca chega ao fim.

É tudo cinza.... até as nuvens pesadas... carregadas no horizonte prenunciam um dia de horror.

Como eu disse: eu nunca tenho dúvidas de quem sou.... nem de onde estou. E isso me dá uma segurança tremenda... sei quem sou. Punto e basta.

Agora, nesse dia cinza, tudo ficou mais cinza.... tão cinza que a massa cinzenta ao redor do meu cérebro se camuflou.... e parou.

Quem sou? Onde estou? Entendeu o arrepio?

Coração aos pulos dentro de mim. Fecho os olhos e grito!

... Um cutucão....

"Não acredito.... pesadelos de novo!?"

Abro os olhos devagar.... o quadro de Monet (imitação, of course) na parede faz meu coração voltar a bater no ritmo normal....

Ah!!! a normalidade da vida.... Faz um bem ;)






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